Somente quando é chegada a hora
Somente quando é chegada a hora
É que o lírio abre as pétalas brancas
Do lado do nascente sol
E alegra olhos diletos.
Passam-se os minutos e
A volta da terra completa seu turno
Refazendo o caminho
Sonhado lá no reino de Daomé.
Quem não sabe do Ifá
Conta os segundos quando aparecem
Nas aparições do dia e da noite
Tocando musiquinha nos bambus.
Sabe as aves o sonhar das gentes
Por trazer o axé para a terra
Carregam de longe vidas
Iluminam os sinais das estradas
E dizem na tradução dos
Cantinhos dos desmundos
Imitando cantadores de asas das
Matas folhadas mundo precisa ouvir
Terminado o encanto dos enigmas
Mistura nos humos da terra
Embala nos veios do ar balançante
Laureia nas toadas mais belas do vento
E volta para seu recantozinho silente.
Rodison Roberto Santos
São Paulo, 06 de janeiro de 2024.