Outono

 

Cai uma folha ressecada
Já não é mais verde.
Amarelou-se.Esmaeceu.
Sua queda era esperada
Simplesmente faleceu

 

Cai outra folha e
tantas outras.
No crepitar da queda
Reconhecemos o tempo
A ampulheta encravada no peito.

 

Quanto tempo nos resta?
Quais será a mensagem que 
represnta toda a existência?

 

O assobio do vento
por vezes, parece uma vaia.

 

Somos vencedores
Somos perdedores.

 

Quem venceu, perdeu algo
Quem perdeu, ganhou aprendizado.

Tornou-se fidalgo.

 

Traumas, cicatrizes e mágoas
são guardadas na alma,
no corpo fincado na existência.

 

Mais uma velha folha deita-se
no outono...

Repousa secretamente


Vem a chuva
Substitui as lágrimas,
as pragas
e, tudo fica cíclico e monótono.

 

Cai mais uma folha banida.
O verde passou
A primavera foi punida

com o tempo.
O ciclo fechou-se

Sentimento.


Dentro de mim,
o deserto comemora
o nascimento de mais um jasmim.

A essência dispersa.

A existência perversa

contempla o passar do tempo.

 


 

GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 29/03/2024
Código do texto: T8030147
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