João-de-barro

Ah! Joãozinho alheio às coisas...

Canta feliz com a chuva tão fria,

Desce ao chão, após, voa e pousa;

Indiferente ao mundo e a poesia.

Desconhece sobre cruéis guerras...

Sobre homens devorados por mísseis,

Que se não matam, deixam cicatrizes;

Entristecem, e acinzentam a terra.

Ah! João-de-barro tua casa é linda,

Arquiteto alado, o trabalho não finda;

Se vem o vento e destrói o telhado...

Lá vai ele; no bico, barro dependurado.