SETE MARES!
Na brandura que em ti remansa
Ou na hostil ira que encerras
Nas tuas profundezas tantas
Que ao pisar em teu macio
Engoles aos distraídos
Que te veem, só como um rio!
Na tua beleza que encanta
Ou no teu redemoinho em quebras
Nas juras de promessas santas
Pra que contenhas teu bravio
A amainar os alaridos
Que correm tênues, em teu fio!
Nas melodias audíveis de teu canto
Assoviando na imensidão da atmosfera
Salpicando de canto-á-canto
Estridente som em “cio”
...me ponho a rezar e a chorar comovido
Ouvindo o que ainda, ninguém ouviu!
Na sua contínua salgada missão
Que tua doçura, suaviza e tempera
Em ondas que vêm e que vão
Voltando ao ponto de onde partiu
A golpear lamentos de ecos repetidos
Dos infames profanos, de quem te feriu!
Na ciana cor do teu manto
Que mais parece uma quimera
És estrada aguada dos santos
...a acompanhar os teus navios
Alimentando ternos cativos
Pondo fim, em seu fastio!
Na resiliência estreitada ao horizonte
Nas curvas desenhadas da terra
Seguidas linhas, sinuosos montes
Suor em brisas, cortante frio
Impulsionas ingênuos indecisos
Para aquentar, seus calafrios!
Nas vidas naufragadas do mundo
Assemelha-te a minha SERRA
Que em teus mistérios mais profundos
Escondes um poder que ninguém viu
A salvaguardar e abrigar todos os perdidos
Que DEUS a te confiar, consentiu!