Jiboia
Pronta para o bote
O bote das águas internas
Que seguem calmamente
Para as margens etéreas.
Dorme, serena.
Como quem já morreu
Mas engana -se o tolo
Ao passar perto do breu.
O vazio do alimento
Mas na mente uma certeza
O silêncio é a arma
Para no bote, a proeza.
Viaja em ti, sem perder a ternura
Aquieta o espírito, a graça, a doçura
Nem toda maldade encerra
Com a bagunça das folhas.
Os ventos que me traíram
Não sabem de que água sou.
Pois a terra em que piso
É o solo que calma estou.