O Riacho
O Riacho está morrendo,
Morrendo de poluição
Seu leito todo drenado
Suas margens todas tomadas
Está morrendo afogado
Não tem quem lhe dê as mãos .
Não precisa ser poeta
E nem também ser escritor
Para sentir dentro da alma
No meio daquelas águas
Tanta mágoa, e tanta dor .
O rio é água viva
Ele corre para o mar
É patrimônio da cidade
Filho da Natureza, precisa com certeza
De sua mata ciliar
Vamos todos o Riacho
Salvar.
Esse recorte que faço
Não é a terça parte
De um problema secular.
Ficamos sem identidade.
O nosso rio é só saudade
Não chega mais no mar.
Parece o Êxodo da Palestina.
Me lembro que quando menina
Chamava ele de Mar.
Agora não tem mais água
Não posso mais me ’afogar’.
Meus braços estão cansados,
Minhas mãos, não podem mais te alcançar.
Debaixo dos caracóis dos meus
Cabelos
Quanta água já correu
Do rio nesta ponte
Eu que só quis ousar
Quantas vezes nele sonhei
Te 💖 amo meu Rio-Mar.