Nas Profundezas
Tão imenso e profundo
Sua superfície é clara
A água é transparente
E posso avistar lindas criaturas
Tão imenso é sua profundeza
A qual é um mistério, e já não há mais luz
O que tem lá?
A luz vai se acabando
Quanto mais eu desço, menos consigo enxergar
O frio vai tomando conta e a escuridão cegando
Atento a qualquer barulho, já não se espera mais ver belas criaturas
Tocando o chão, se ouve o vazio
E se dá conta da imensidão
Sons estranhos começam a ecoar
Repenso se queria mesmo enxergar
A tensão aumenta a cada ruído
E o frio das águas está a me congelar
Um oceano tão belo..
Mas que ainda tem muito a mostrar
Tento subir, sinto que não estou sozinho
Há algo a me observar..
Como uma presa fácil e frágil
Temo não escapar
Ainda assim vou subindo e começo a enxergar
Olho para baixo, e vejo um buraco negro a me encarar
Como se quisesse me devorar
Me sugar para o infinito do mar
Continuo subindo, calmo ao mergulhar
Mas tenso por dentro, querendo me abrigar na luz
Imaginando que nem mesmo a superfície poderá me salvar
Da profunda imensidão que está a me cercar
Chego na superfície
Sobre as águas, começo a observar
Sinto algo subindo, tentando agarrar os meus pés
Começo a me desesperar
De repente, uma tartaruga toca minha perna
Meu coração acelera
O desespero me consome
Não sei mais o que pensar
Era apenas uma animal dócil
Mas o que esperar dessa imensidão que não podemos explorar?
O oceano é repleto de mistérios
Uns inofensivos, outros já são terríveis
Com tantas belezas e encantos
O que iremos encontrar?
O perigo virá até nós?
Ou nós iremos até o perigo?
Para onde irá nos levar?
O que há no imenso abismo?
São os mistérios que jamais iremos decifrar.