Um rouxinol
Um rouxinol foi habitar na beira do mar
Retirou-se do seu habitat
Mas nunca esquecera a sua raiz, ninho feliz
Ficou preso numa gaiola de pedra
Cingido de outras pedras nuas
Não pôde voar e cantar, ouviu-se apenas o som das penas suas
Que mais vezes bateram a subir baixo demais
O vento de sal rastreou a sua siringe
A mutar o seu canto
E numa certa manhã, houve um vácuo
Que o levou de volta à brenha mansa
A soprar sua flauta de pã