Rainha das flores

Quando passava arrastando asa

Na rua calma daquela casa,

Admirado, eu sossegava.

Parava em frente ao roseiral

Que perfumava todo o quintal,

Apaixonado, eu delirava.

Com a euforia de bem-te-vi

E, tendo desejos de colibri,

Rosa mais bela, eu procurava.

No cheiro bom da atmosfera

Naquele sonho de primavera

A rainha desabrochava.

Tantos espinhos em sua defesa

Soldadinhos da realeza

Tentavam me intimidar.

Tal intimidação não era nada

Perante à rosa cobiçada

Que tinha frieza no olhar.

Pétalas ao vento distribuia

Fazendo pose me seduzia

Toda esguia buscava o sol.

Quanto aos meus beijos, ela não queria.

Os meus encantos, nem percebia.

Apaixonou-se por um rouxinol.