Borboleta

A borboleta que voava

Tão charmosa, toda prosa,

Passou por aqui;

Batendo asas pelos ares,

Nos jardins e nos pomares,

Leve e solta, eu a vi.

Na tardezinha, clima quente,

A bichinha, certamente,

Sentiu calor, pousou na flor,

Talvez, para descansar.

Não demorou um só minuto

No seu repouso absoluto

Veio a vespa muito fresca

Com intenção de atacar.

E a borboleta precavida

Também muito receosa

Logo voou, sem reclamar.

Porém, a vespa ofendida,

Naturalmente furiosa,

Atacou, em pleno ar.

Aí, a borboleta se esquivou,

Em zigue-zague, imitando colibri.

E a malvada vespa vacilou;

Virou petisco no bico do bem-te-vi.