Coração de Jardim
#1 Terreno baldio
Vejo baldio, vazio e inóspito
Localizado em uma esquina qualquer
Reflexo entre a vida e a destruição
De um lado;
Um balé de dentes de Leão levando a vida onde o vento os leve
O polem sendo retirado para se tornar néctar
A Medicina dos antigos se propagando .
De outro;
Uma poça escura, com cheiro forte causada pelo acúmulo de lixo
O entulho do passado trazendo incômodo ao presente
Uma pilha de coisas que até o tempo demora a diluir.
Fecho meus olhos…..
Vejo baldio, mas agora com um olhar novo
Olhar de poeta
Mas que usa um Sancho como sua caneta
E a enxada como a sua Borracha
Onde bailava os dentes de Leão infundir mais flores de todas as formas
Onde as abelhas criaram seu Castelo dourado, as presentearei com um pomar vistoso para fazer sua corte
Onde os anciãos retiravam o sumo que cura farei comutação para uma horta com seu desfile de aromas distintos
Onde passava o córrego negro borbotaram espelhos d'água
Onde a torre de lixo cabulava a paisagem, um gramado torna-se tapete e banco
Onde poderia um seculo para degenera toda a espurcia.
Abro meus olhos baldios
E vejo nascer um jardim.
Deoliveiralves
Paisagismo literário