QUERO VOAR
Agora até as flores estão cabisbaixas,
Seus perfumes adormecidos a brisa não traz,
Pois ninguém aspira mais suas suavidades,
Nem os beija-flores vem colher seus pólens,
Que podem dar vida e perpetuar as espécies.
Sou um passarinho sem vitalidade e recordo,
Quando ousado atingia altitudes infinitas,
E galhos tão frágeis me acolhiam com doçura,
Ovinhos tão frágeis minha namorada botava,
Filhotinhos esfomeados que nasciam então.
Será que a natureza também está perecendo,
E suas reações causam lamentos e tristezas,
Queimadas perversas destruindo até árvores,
E depois troncos imensos tombam sem vida,
Com animais e pássaros que morrem também.
Jairo Valio