Olhos turvos

Teus verdes olhos já não vêem

Ofusca-te, não a luz da manhã,

Teus verdes olhos jazem ao cinza

Dos humanos corações

Que desprezo

Te incendeiam as entranhas

Matam os filhos da mata

Não matam a ganância que te sufoca

O verde-dólar

Sobressai ao verde-oliva

Teus filhos viraram cinzas

Sob o cinza dos ternos brilhantes

Das verdes matas

Só o que agora mata, é cinza que fumega

Sobe da floresta o cheiro de morte

Que agora contemplam teus turvos olhos