Inferno Verde
Estou nua
Meus olhos se tornam a porta para a tapeçaria da vida,
águas movediças, ilhas temporárias
de sujeira
Traiçoeiras
Estou cercada
Sombras de oceanos voadores lutando contra o calor,
Mãe onipotente, beijada por todos os poderes
De conexão
Entrego-me
O demônio verde guarda a verdade em suas nuvens eternas
Elas cantam e dançam ao som dos tambores do chão
E elas choram, elas sempre choram
Até a fonte
Eu sou humana
Eu amaldiçoo e amaldiçoo
toda e qualquer mão
que derrubou aquela porta
por pedaços de papel colorido
Eu sou tudo
O nós que não fugiu da verdade do ser
O nós que se tornou eles após as rotas do mar
Lábios e olhos que são corpos inteiros
Corpos que tocam a harmonia
E enxergam através do passado
Tornando-se um só
Com o selvagem, as raízes e a seiva.