O POETA COMUM

O toque triste das flores,

E da pena canetada,

Dos timbres agudos,

Das dores.

É costumeiro o escrever,

É diurno e noturno,

Carregado de sims,

Envolto de nãos,

Até esquecer...

O poeta comum, digo,

É mais que um amigo,

E traz um engano,

E você passa pano...

Eis este poeta escarnecido,

Que se faz de esquecido,

Para mentir um pouco mais,

E mente por ser capaz.

Vai mentir para sempre,

Tendo isto em mente,

Que é poeta comum,

E na verdade, é um.

Entre muitos os outros,

Mas se ele quer ser,

Não o impeça,

É só para pregar uma peça:

E ser reconhecido quando morrer.