Pedra

Um menino lança a pedra n’água,

donde quica mil vezes no rio,

cada batida rasga com o vento

a vida da pedra e su’alma.

O quique é um passar de hora,

longínqua hora e minutos,

tempo entendiando o menino,

mas que afunda a pedra agora.

A noite fria se aproxima,

e o rio escuro reflete a lua,

o garoto deixa a cena

e a pedra, não mais se via.

Já em casa anda descalço,

come quente uma sopa,

e saboreia o menino inocente

sem conhecer o cadafalso.

A pedra conhece a palma,

conhece doravante a morte,

afoga-se no lançar das mãos

um trajeto que a desalma.

Reirazinho
Enviado por Reirazinho em 15/05/2023
Código do texto: T7788859
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2023. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.