Baco brinda com Vulcano

Baco brinda com Vulcano

Félix Maier

Sob o sol quente e forte,

Entre pedras e areias vulcânicas,

Crescem as vinhas singulares

De Lanzarote e Pico, ilhas atlânticas.

Pequenas e resistentes,

Protegidas do vento e do mar,

A vida pulsa verdejante

Nesse solo árido e singular.

Pouca chuva, muita umidade,

Nesse milagre da natureza,

Produz o vinho tão saboroso,

Que encanta diante de tanta crueza.

De uma terra tão árida e seca

Surgiu um vinho de gosto fino,

Produzido com amor e técnica,

Que leva a alma ao divino.

As vinhas crescem nas pedras,

As uvas absorvem o sol e o mar,

E os ventos trazem as essências

Que tornam o vinho singular.

As mãos dos homens trabalham

Com cuidado e muita dedicação,

Para criar uma bebida que embriaga

E inspira a contemplação.

Em Lanzarote e Pico a natureza é rude,

Mas o vinho é um tesouro precioso

Que vem do solo e da latitude,

E traz em si um sabor gostoso.

Lanzerote e Pico, terras do vinho,

Da areia e do vulcão.

Um lugar de esplendor divino

Onde nasce a paixão.

Restrito às cortes antigas,

Esse vinho é um tesouro

Que hoje em dia é apreciado

Por todos que buscam um bom sabor.

Baco e Vulcano se uniram

Para criar essa maravilha.

Um vinho que nunca morrerá

E que sempre terá um lugar na trilha.

Mas, sob a terra adormecida,

A lava vulcânica espreita,

E pode a qualquer momento,

Cobrir as ilhas com sua ira e sua treita.

Assim, o vinho é um presente,

Um milagre que a natureza nos deu.

Uma dádiva que devemos apreciar,

Enquanto a vida pulsa e o vulcão adormeceu.