COMO A LUA

 

Há noites cansativas

que parecem nunca acabar.

Noites essas que são carregadas de tristezas,

dores e angústias.

Nenhuma dor se compara as dores da lua!

Existem noites que desabamos por dentro

e não contamos para ninguém

com medo do julgamento,

da rejeição dos demais

Nenhum medo se compara aos medos da lua!

Tem noites que olhamos para a janela escura

em busca de uma luz no fim do horizonte,

mas esta luz não aparece.

Enchemo-nos de desilusão e melancolia.

Nenhuma melancolia se compara

com a melancolia da lua!

Tem noites que sentimos o vento frio do outono

bater em nossos tornozelos;

porém, temos que seguir em frente.

Perante a demasia sentimental e o obscuro pavor,

sendo guiados pela luz da própria lua,

em direção a uma velha amiga,

pálida, feita de ossos,

com um manto preto reconfortante,

com asas brancas definhadas

e, com ela, percebemos

que a lua não é a razão de toda tristeza;

Que o escuro não é o motivo de toda maldade

e, que a morte tem o trabalho mais nobre,

de guiar as almas confusas aos seus devidos lugares,

O dever de receber o ódio, sem motivo -

por crimes não cometidos;

de complementar o real sentido da criação

e a existência da vida,

pois um sem o outro não existe.

Unidos como a arte e a vida,

mas nenhuma morte, nenhuma vida, e nenhuma arte,

comparam-se com as da lua!

Pedro Henrique Boff – 15 anos
Enviado por Ilda Maria Costa Brasil em 16/04/2023
Código do texto: T7765120
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