MEU OLHAR
Busco nas cores várias do mundo
e de minha alma
Algo que me diga muito além do que vejo.
Que me faça sentir tamanho desejo
De subir aos céus e nas nuvens deitar.
Fito o infinito tão finito em mim
E meus braços curtos
Jamais poderão abraçar
O que tão longe está.
Assim, com calma tamanha
Admiro as flores carmesins
a bailarem com tamanha maestria
que por instante sou a bailarina sim.
Após adentrar-me em silêncio nas cores
encontro as minhas dores quebradas
A serem retocadas com tintas tantas
Que pincelam as partes em mim gastas.
Como num eco em explosão
Saio desta posição tão calada
E corro pela relva orvalhada
Com minha alma lavada.
Ah, cores que nem sempre alcanço!
Fito-as e me convenço que amores
São quadros pintados de eternidade.
Ali, me convenço que o infinito sou eu.
Abraço-me e meus braços
tornam-se longos, longos, longos...
Já nem sinto diante deste afago,
as partes gastas em mim.
Suspiro e adormeço,
com este amor que reside
placidamente na minha alma.
Minha falta se acalma.
O infinito em mim. Fim.