SEIVA SAGRADA

 

Esta sou eu, mesmo que não me veja.

O pranto vem da terra

Retorna para o céu.

Na misericórdia desta água

Minha alma se lava.

 

Liberto os meus ais em notas

Procuro meu tom na vida.

Melodias finas tocam as pedras

Mas nunca desafinam.

Meu corpo se movimenta.

 

Intenta ao tocar os galhos da mata

Ungir-se de seiva pura.

Extrair sem subtrair.

Reencontrar a haste sagrada

Em uma procura angustiada.

 

Neste espetáculo de busca

No meio da mata: música!

Eu me ajoelho num ato final

Entrego a Deus a minha dor

A minha alegria e silencio.

 

É preciso reaprender a sabedoria de viver.

No meio do tudo onde não enxergamos nada.

A vida é simples, como o desabrochar da flor.

O homem é o grande complicador

Vive nas ausências do amor. Dor!