Ventos Princesinos
Ventos Princesinos
Hora pra lá, hora pra cá...
Abro a porta e um sopro de ar vem ao meu encontro...
Lá fora o ar em movimento é o dono da festa.
Às vezes chega como uma leve brisa que passa
suavemente; em outras parece um furioso tufão.
Por onde ele passa? O que ele provoca nesse percurso?
As árvores frondosas se mexem com seus galhos
molengos, dançando alegremente ao sabor dos ventos...
As folhas secas e os frutos maduros caem no chão adubando
a terra, germinando, cumprindo o seu ciclo e se multiplicando.
As árvores ornamentais pouco a pouco ficam desnudas,
as flores perdem suas pétalas que voam espargindo o perfume.
Sanhaços, andorinhas e sabiás cantam em sinfonia enquanto
voam soltando penugens coloridas no ar.
Mas que vento bendito!
Vento do dianhu!
Logo ali no pé do morro vai a moça com um andar meio torto
segurando a saia e tentando ludibriar esse vento que muitas
vezes chega maroto, deixando a mostra algumas rendas
desbotadas e puídas pelo tempo.
Há dias, principalmente no mês de agosto, que ele nem é assim
tão bonzinho e chega gelado causando arrepios e um certo medo...
arrepios de frio, ressecando a pele, espalhando o pólen e causando
espirros... medo dos destelhamentos, dos galhos quebrados
e dos fios elétricos caídos no chão.
Fim do dia... Lá vai ele soprando, uivando em outras paragens,
aqui agora fica um breve silêncio, apenas o pipilar dos
pássaros na volta aos seus ninhos rompem o silêncio do
início da noite das belas terras princesinos.
Hora pra lá... Hora pra cá.... Lá vai ele
Ge Fazio
2022