Por caminhos floridos, por beiras tortas de estradas
Sigo sendas, picadas, calado olhar; pensamentos
Por atalhos de retas infinitas, curvas largas perfeitas
Atravessando sangas de açudes, por valas e cercas
Sem perceber, sem cansar, sem querer parar...
Cinjo linhas do tempo!
Arrodeados de farpados arames, de lamas, de vidas
De víveres vividos, esparramados ao longo do chão
Descansando nas sombras, bem ao pino de um dia
Bebericando água corrente, ciscada, limpa e fria
Fechando entre os dedos, imitando uma concha...
Feita com as palmas, das mãos!
Entre pedras enormes, ouso imitar passarinhos (rsrs)
Que empescoçados nos ninhos, reparam sem enxergar
Mas minha performance sofrível, me entrega, me acusa
Que ao me verem tão perto, pelas dobras d’minha blusa
Dão voltas em festival de revoadas, à parecerem...
De mim, gargalhar!
Pousados olhares, debruçado em mourão retorcido
Sou doido varrido e perdido, que deslembrou-se sofrer
Apartado de todas as dores, de vinganças e maldades
Aos poucos, tudo pende ao ‘normal’, e vai virando saudades
Eis que posso bater em meu peito, a dizer: Fui feliz...
Agora já posso morrer!
Num cenário perfeito, onde tudo sobeja e floresce
Cada som se faz prece, rebatidos nas paredes da SERRA
Cada cor, cada flor, cada "ser" se faz sinal mensageiro
Querendo gritar com seu silêncio, a este mundo inteiro
Que nosso egoísmo e sanha estão por destruir...
O que nos resta da terra!