Chuva que cai calminha
E a chuva vai caindo calminha,
Vai molhando o solo sedento.
Vai levando lembrança minha,
Àquela que está se afastando.
Ela vai caindo delicadamente,
Neste solo áspero e faminto.
Vai já acendendo a saudade,
Naquela que faz amor instinto.
A chuva vai logo se dissolvendo,
No solo que a semente germina.
Vai o pensamento incomodando,
Desta que é a minha menina.
A chuva vai assim refrigerando,
Este solo que só nos alimenta.
A chuva vai somente banhando,
Aquela que sabe e me excita.
A chuva vai refrigerando a alma,
Vitalizando o desejo de dois corpos.
Atraindo a vontade de quem ama,
Como o rubro vinho em dois copos.
A chuva vai caindo e desliza,
Sobre o áspero e seco pavimento.
Umedecendo toda sua pureza,
Que transborda no relacionamento.
A chuva vai criando seu caminho,
Com a força da avalante enxurrada.
Lavando o meu feminino cantinho,
Para recebe-la em noite enluarada.
A chuva caindo lerda vitalizando,
O belo verde escondido no solo.
Mostrando a ela que vou seguindo.
Mesmo sem o calor do teu colo.
A chuva segue só desabando,
Cumprindo logo seu objetivo.
Vai com sua força mostrando,
A aquela que ainda sobrevivo.
A chuva vai cessando,
Logo bem lentamente.
Ela vai assim levando,
Saudade calmamente.
Autor: Joabe Tavares de Souza – Joabe o Poeta.