Quadras de mar

   QUADRAS  DE  MAR

Ao Atlântico obedeço

Como servo subserviente,

Tanta beleza não mereço,

Dádiva para ateus e crentes.

Tantas cores ele ostenta,

Mutante como camaleão

Enfeitiçando peitos, olhos

Descompassando o coração.

Quando vejo sol desmergulhar

A emoção me manda sorrir,

Não acho palavras pra narrar;

Ouço Deus  falar: estou aqui.

Quando sol fica mais quente

Eu não me convenço a sair,

A euforia tão presente

Mandando: continue aqui.

Agora o sol já se deita

E eu ainda a contemplar,

Notando a melhor receita

Para tempo não acelerar.

Movimentos, aromas e sons

Obrigando-me a escrever,

Mandando que eu nunca pare,

Há muito ainda a dizer.

Escuro que banha as águas

Procura em vão entristecer

O mar que afoga as mágoas

Não se rende ao entardecer.

Peito do poeta serviçal

Expôs o que coração ditou,

O fascínio que nele manda

E a poesia editou.

AMN DIDO
Enviado por AMN DIDO em 26/01/2023
Código do texto: T7704585
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