Coruja

I

A coruja planando o lago

Que calmo, silenciosas águas

São banhadas pelo luar.

Sua imagem, a esbelta ave

Não produz sombra, só seu canto

Num canto do mato João ouvira.

Não corras, por favor, meu amigo

Não alarme o povo que dormita

Tranquilos nesta noite em casa...

Sem ter visto o bicho na noite.

O que seria dela, aos prantos

Que sutil alça voo por aí?

Não vês, incauto irresponsável

Que ela canta só pr’a ti?

II

O encarar de uma coruja,

Como quem diz: Tens dez segundos, homem

Para dar no pé daqui.

Frio teu olhar, amiga triste

Rainha do dia e da noite

Espírito leve e vagante.

Em postes ereta com teu par

E teus filhotes no alto ou no chão

Serão guardiões da mata que circunda.

Quem já viu teus olhos amarelos

Teu pescoço maleável, estratégico

Não só se assusta como foge.

Mas eu não me assusto não!

Sinto-me honrado em vê-la

Caçando roedores e insetos.

Quero protegê-la,

Mas sei que, misteriosa

És autossuficiente, és Deusa.

Pasquali
Enviado por Pasquali em 18/01/2023
Código do texto: T7698499
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