A capina
A capina (José Carlos de Bom Sucesso)
O dia amanheceu claro,
Típico do mês de janeiro.
Alguns pássaros voavam e pousavam em árvores
De tão verdes pareciam tapetes.
Os maribondos
Voam em bandos.
João, calçado de botas,
Olhava para o relógio e verificava as horas.
Seis horas da manhã,
No pensamento dele, hora da anciã.
Chapéu de palha sobre a cabeça.
Verifica a camisa, sua nova peça.
Olha para o eito infinito,
De tanto mato parecia bonito.
Tirando o capelo
E pedindo a Deus as bênçãos, perto do arvoredo de marmelo.
Cuspindo nas duas mãos abertas,
Para não dar calos, o alerta.
Fazendo o nome do Pai,
Abaixando a cabeça, olhando fixo no solo, ele vai
Cortando tudo pela frente,
Ainda sobra tempo para morder a língua com o dente.
Aos poucos, os matos vão murchando
E ele capinando.
Para um instante limpando o suor
Com medo de bicho mal, seu terror.
Ao meio dia acaba a tarefa
Agradece a Deus, por meio da reza.