CORTINA FECHADA

O dia amanheceu, que felicidade em poder ver

tudo ao meu redor.

Ouço os pingos da chuva ao cair

onde formam uma corrente de água

que não sei para onde poderá ir.

As nuvens negras deixam

o céu todo encoberto mas por de trás delas

está o céu todo azulado que nos deixará

quando a porta dos nossos olhos

estiverem para sempre fechados.

As folhas das árvores dançam como bailarinas

pelo sopro do vento que chegou sem avisar

e os pássaros abandonam as árvores buscando

seus refúgios que só eles sabem o lugar.

O relâmpago risca o céu todo nublado

e a criança procura seus pais pelo estrondo

por ele provocado e a outra sem ninguém

fica calma e serena como se por alguém,

estivesse amparada com os versos de um poema.

Aos poucos as nuvens vão se dispersando,

os raios do sol vão aparecendo e a Natureza

aos poucos vamos vendo.

Cai a tarde e os pássaros voltam em revoada.

O sol vai indo embora, dando lugar para a lua

e as estrelas, que no céu ficam a dentro na madrugada

para os seus astros encontrarem, pois elas saberão

que o tempo é limitado, pois os raios do sol rotineiramente

voltarão e triste ficou aquela sem ninguém ter encontrado.

E assim é também a nossa rotina, pois da mesma

forma que o dia nasce, ele fecha a sua cortina.