Jardins suspensos...
Lado a lado, cedros-rosas
Vis-à-vis, sombrosas árvores
Umedecidos caules de flores
De uma das mais charmosas...
A receber acarinhar dos serenos
A se espalhar, marcando terreno
Despencados das madrugadas!
Apaziguado lugar florido
De amores idos, plangentes
Que fazem chorar as gentes
Sob alvorecer derramado
Entre olhares encharcados
De molhas fartas, descaídas
Sobre pétalas orvalhadas!
Costeando, segue rio vertente
Com viventes, que vêm e vão
Contornando veios na imensidão
Pulverizando, flores, folhas e raízes
Que dias de quenturão fazem descer
Gotas, abduzidas do entardecer
Regando do alto, as escolhidas!
Delicadezas que habitam jardins
Que nos dias gentis, se supera
Belezas calhadas das primaveras
Que ventos, não falham embalar
Como fossem menininhas delicadas
Apreciando da janela, debruçadas
Minutos antes de seu ninar!
Coloridas, estampam horizontes
Defronte, fundo azul anil do céu
Arcando em mãos, Deus Seu pincel
No esboçar, desenhar, florir, dar vida
A manusear, mais completa aquarela
Tal qual sãos girassóis, as amarelas
Em Seu suspenso jardim, de margaridas!