Meio do Mato
No meio do mato
Um canto distante
do espaço e tempo
Um canto longe
de revoadas
De olor anil
Que penetra o íntimo
E me pinta de verde.
A natureza ergue a batuta
Performa perfeita sincronia
Primeiro o céu passarinha
Após, vem o cair da chuva
E nasce a erva daninha
E a formiga luta
Enquanto o rio caminha
O vento vem e sussurra
Entre as folhas violina
Ato final, a noite escura
O grilo na viola dedilha
Sob a ovação da lua
A estrela sola e brilha
E a mata azula
Até a aurora ígnea
A orquestra perpetua
A partitura é infinita
A canção da vida é una
E carece de ser ouvida.