AS COISAS DO MATO
Tânia De Oliveira
Lembrei hoje algumas, das coisas boas
Que a zona rural ganha da urbana
Revi então, um mundo de coisa bacana:
Cantoria de viola, no mato à luz da lua;
Brincadeira de roda de criança na rua;
Carro de boi trazendo gente pelo caminho
Caçuá cheio, no lombo de um burrinho
Galo cantando ao nascer do dia
Entardecer com chuvinha fria
Conversa fiada,lavando roupa na beira do rio
Estendendo nas pedras, aproveitando o estio
Panela de barro cozinhando no fogão a lenha
Vaca no curral fazendo a ordenha
O barulho do vento nas folhas da mangueira
Goiaba de vez no olho do pé da Goiabeira
Beber água limpinha da nascente do rio
Ouvir a caipora no mato dando um assobio
Ver as borboletas passeando de flor em flor
João de barro construindo sua casa com amor
Ouvir o barulho das águas da cachoeira
Ver no mato a lagartixa passando ligeira
Ver o canto do Bem-ti-vi no pé da jaqueira
Ouvir de longe as matutas subindo a ladeira.
Escapar da vida urbana, por um triz
Balançar na rede livre, sem medo de ser feliz!