Na beira do cais
Correntes e pedras amentam a dor
Os rios perderam seus pisos
Que os escravos os assentaram
Lisos com a chuva do mar
São tombadas as recordações e o lugar
Nada se pode mudar
Não se consegue puxar
Nem apagar as marcas do sofrimento
A noite é iluminada pela lua
Que se reflete no cais
Onde se insinua
Quem comanda as águas
Que às vezes invadem as casas
Onde assombram os caiçaras
A se esconder do sol
Que castiga suas peles de sal