MEU CRAÚNA
Canta quando eu mando
Quando eu mando ele canta
Seu canto sai da garganta
Nuns trinados eloqüentes
Se arrepia, bate as asas
Seu cantar enche a casa
É alegria da gente
Canta sempre quando eu mando
Canta de vez em quando
Somente pra me agradar
A alegria dessa gente
É a voz do seu repente
Quando eu mando ele cantar
Seu canto tem uns açoite
Quer de dia ou de noite
Quando eu mando ele cantar
Ele canta rapidinho
Pra entender meu pedido
Somente pra me agradar
Meu craúna condoreiro
É igual ao violeiro
Pontilhando o seu bordão
Na prima de sua garganta
Meu craúna quando canta
Consola meu coração.
Bolívar Valle Ferro
(28/03/1992)