Natureza
Quando o sol abre seus olhos brilhantes
E o canto dos pássaros livres ecoam floresta adentro
E as águas das cachoeiras em decúbito ventral
Deslizam suave e sensualmente sobre as pedras
Presentemente a fotossíntese mãe pulsa de contentamento
Os caules verticalizam audazes, para os céus alçarem
As sementes eclodem nas cercanias
Aquecidas, protegidas…amadas
E o quase silêncio da noites infinitas
Quebrado pela profusão de sons peculiares…vibrantes
Gorjeios, rugidos, em dó, rê e outro tantos sustenidos
Não há predador ou presa
Se não, o se doar involuntariamente pelo bem comum
Fungos abraçam sua causa perpétua
Usufruindo a máxima expressão de generosidade simbiótica
Uma recíproca singular no ápice do seu estado, divinamente projetado
Que denomino bioma
Conectadas por ventos, chuvas e mares
Não há distância que possa separá-las
Em uma interação interminavelmente bela
Ciclo que se completa em rotação
E vida que pulsa a cada translação
De beleza explícita
Que se traduz natureza
Rio, 13/08/22