OLHO D’ÁGUA
Olho d’água, o meu olho
Do seu é diferente
O seu chora sem sentir
O meu chora quando sente
O seu serve para matar a sede
É um fato, é uma verdade
O outro fato é que o meu serve
Para afogar minha saudade
O seu nasce do chão
Das profundezas do sem fim
O meu nasce da tristeza
Que vive dentro de mim
O seu fez leito no chão
Está na vista, está exposto
O meu do mesmo jeito
Fez seu leito no meu rosto
O seu choro é constante
A todo instante, a toda hora
O meu chora quando sente
E você não sabe porque chora
É por isso olho d’água
Que eu volto a repetir
O meu chora quando sente
E o seu chora sem sentir.
Petrúcio Ferro
Agradeço aos familiares do saudoso poeta e conterrâneo Petrúcio Ferro
por me autorizarem a divulgação desse maravilhoso poema.