Periquitos Coloridos
Periquitos Coloridos
Vieram me visitar
Num sonho tão bonito
Que ousei sonhar
Com passarinhos
Livres a voar
Periquitos de arco-íris
Soltos pelo ar
Sua rima
Seu cantar
Dissipam meu silêncio
Suas asas abraçam o vento
Num tempo em que aprendemos a nos afastar
Ouço e vejo da janela do meu quarto
Teu semblante deslumbrante
Asas verdes e amarelas
Feito tinta de aquarela de um quadro do jardim...
Vermelho-cereja pinta as penas de seus abdômens
E combinam-se com o azul das frontes
Tantas cores vibram juntas
Muita vida a viver
Cores pulsam sem cessar
Emitindo a melodia
Da música que mais ninguém pode cantar
Cantem!
Que eu quero ouvir o seu canto
Cantem!
Me cubram com seu manto
Que abriga na rima esquecida
Me levem com vocês
Me deem um rumo
Onde eu seja aceita
Pelo sim e pelo não
Não, não sou perfeita
Nem sei cantar sem errar a letra
Mas cá estou à espreita
Imersa nesse sonho tão bom
Quero alcançar os pássaros de arco-íris
Os Periquitos Coloridos
Que vieram me visitar
Num sonho tão bonito
Que não ousava sonhar
Mas um pássaro marrom então surgiu diante de mim
Ser monocromático
Tão triste e apático
E eu só o persegui
Corri, corri, corri
E ele voou, voou, voou
Até que cansou
E de repente, caiu do céu
Criou um rabo
Comprido esbranquiçado
Perdeu o bico
Ganhou bigodes
Virou um rato
Deixando em mim o seu retrato
Marcado
Pela cicatriz
Do inesperado, incogitável.