As lágrimas das nuvens
traduzem a chuva.
As lágrimas das flores
traduzem o orvalho.
As lágrimas da maresia
traduzem a ressaca.

 

Resgatar tantas lágrimas.
Molhar o corpo e alma.
Encharcar a essência
de pertencimento.

Aquele lugar.
Aquele tempo.
Aquela estória.

 

A narrativa movida por ventos uivantes.
A prosa condensada em palavras errantes.
A poesia desconfiada do horizonte.
E, a estória registrada em pele, pedras e memória.

 

Eis que as lágrimas das nuvens
Regam a plantação.
Eis que as lágrimas das flores,
eternizam a primavera.
Eis que as lágrimas da maresia,
traduzem caminhos pelo mar
para justamente chegar à terra.


Hoje, uma gota de lágrima
rega o momento.
A lágrima percorre o rosto,
e corrói a alma.
Que dilacerada, desidrata-se.
Jogando-se no abismo profundo
de reflexões.

 

Arrependimentos.
Agonias.
Estreitamentos.
Silêncio. 
Carregado de semântica e
agradecimentos.

 

Chorar na chuva

é pleonasmo.

GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 24/06/2022
Reeditado em 24/06/2022
Código do texto: T7545127
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