Não te vou abandonar
Hoje fui ver o meu mar
Queria estar perto dele,
Sentir o cheiro da maresia,
Brincar com a espuma do mar
E numa onda me poder banhar
Sentei-me numa rocha
E ele até mim veio ter
Não estava tão “silencioso”
Como era hábito estar
Sua paz não era tranquilidade
Estava mais em modo turbulento
Desci da rocha e entrei nele
Mergulhei na sua água azul
Disse-lhe” como te compreendo”
Respondeu-me com onda atrás de onda
Que na areia molhada vinham rebentar
Sua espuma branca, estava vestida de cor
Era uma cor forte, pegajosa e escarlate
Toquei-lhe e fiquei manchada
E foi uma onda que me limpou
De tamanho e desrespeitoso disparate.
O mar continuava forte e turbulento.
Quebrando suas ondas na areia molhada
E sobre ela diversos objetos espalhados
Entendi sua fúria, sua forte turbulência
O que não lhe pertencia, nele não tinha lugar
Ele tinha de deitar fora, de seu interior expulsar
Ele era a casa da imensidão de organismos
Que nele vivem e fazem dele a sua casa
Prometi-lhe ajuda, lutar pela sua pureza
E nada melhor do que tocar o coração
Dos que amam o mar e fazer-lhe uma limpeza
Já o sol se estava no horizonte a pôr
Cansado de tanto calor para a terra emanar
Agora era chegada a hora de ele descansar
Para repor na sua luz novas energias
no novo dia que em breve iria chegar
Despedi-me do mar, sentada na areia molhada
Para que onda atras de onda me viesse molhar
Gritando bem alto “ Não te vou abandonar”