TRAVESSIA
(Ps/560)
Não quero permanecer no
Seu sossego clandestino.
Quero me banhar no Douro,
Nas cores do Caño Cristales,
Forma única para me refazer.
Refugiar-me nos montes
E descansar sob aquele
Céu azul,
E brancas nuvens
Deixando, apenas, a terra
Girar!
Aqui, não é como lá. Aqui
Choram as águas, agonizam
Mortas seu duro percurso.
Tietê, Iguaçu, Ipojuca,
Sinos, Gravataí, Velhas,
Capibaribe, Caí, Paraíba do Sul
E Rio Doce sangram
Na sua trajetória, inglória!
Que dizer do Velho Chico
Sendo soterrado?
(?)!
Quero verde, águas cristalinas,
Cavalos marinhos a dançar
Golfinhos a brincar!
Natureza, sempre,
Em primeiro lugar!
SOS!