Poesia, a pescaria

Poesia, a pescaria (José Carlos de Bom Sucesso – Academia Lavrense de Letras)

É fim de semana, quem diria,

Para o rio, uma pescaria.

Lá tem pedra sabão

E pode levar um tombão.

O rio de águas claras,

Ainda ouve o canto das araras.

Voa solitário o gavião

Indo pousar no galho, perto do buracão.

Os mosquitos borrachudos

Que mais parecem vagabundos

Voam, pousam e picam o braço,

Lembrando o tempo do cangaço.

Devagar e com cuidado,

Na pedra, senta o poeta animado.

Lá ele pretende pescar

E nas ideias delirar.

Faz um verso para o peixe,

E algo lhe diz relaxe,

Pois, hoje, o dia é seu.

Breve, a noite será breu.

Põe a vara de pescar sobre a pedra,

Aos poucos ele se arreda.

Na mochila, ao lado, é mês de inverno,

Revira e dela tira o caderno.

Vai escrever a natureza,

Em tudo, na sua beleza.

Esquece a pescaria,

Quem diria,

Mas pesca lindas poesias e estrofes

Que as publicará ou as guardará nos cofres.

JOSÉ CARLOS DE BOM SUCESSO
Enviado por JOSÉ CARLOS DE BOM SUCESSO em 30/04/2022
Código do texto: T7506327
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