Sereno da madrugada

Sereno da madrugada,

Cai na relva perfumada,

Paira sobre o ananerá.

E as brisas bem amenas,

Matam a sede das falenas,

Em pleno jacarandá.

Fico meio encarangado,

No sereno delicado,

Em pura sublimação.

Sereno capcioso,

Muito embora, caprichoso,

Sensatez e sensação.

Sereno; alma do frio,

Cai em paz, brilhante, em brio,

Com volúpia e nitidez.

Sereno; amigo da noite,

Fere a brasa como açoite,

Suaviza a minha tez.

Sereno sóbrio e louco,

Molha a terra, pouco a pouco,

Paulatino e ameno.

Ao raiar do novo dia,

Sinto muita nostalgia,

Com saudades do sereno.

Valério Márcio
Enviado por Valério Márcio em 27/04/2022
Reeditado em 30/04/2022
Código do texto: T7504229
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