Sereno da madrugada
Sereno da madrugada,
Cai na relva perfumada,
Paira sobre o ananerá.
E as brisas bem amenas,
Matam a sede das falenas,
Em pleno jacarandá.
Fico meio encarangado,
No sereno delicado,
Em pura sublimação.
Sereno capcioso,
Muito embora, caprichoso,
Sensatez e sensação.
Sereno; alma do frio,
Cai em paz, brilhante, em brio,
Com volúpia e nitidez.
Sereno; amigo da noite,
Fere a brasa como açoite,
Suaviza a minha tez.
Sereno sóbrio e louco,
Molha a terra, pouco a pouco,
Paulatino e ameno.
Ao raiar do novo dia,
Sinto muita nostalgia,
Com saudades do sereno.