Terra firme outra vez
Algo em mim assopra mais do que o vento
emana tempestades,
faróis reluzentes e capazes.
Teu barco me avista
assim como o mar tange
as aves que migram.
Fiquei parado naquele rochedo.
Cultivando as conchas nos corais
da zona pelágica.
As pinaúnas vieram abolir meu sossego.
Os paguros tranquilizaram-me com seu zelo.
Decerto, me perdi no espelho d’água.
Todavia, aquela sinuosa baleia,
dançando nos arcos ogivais salinos
Veio domar as intempéries frias do casco navio.
Temo as ferrugens marítimas.
A sorte que muda e nos deixa restritos nas Ilhas.
Encontro alguém que supre o caminho.
Singro o cálice das ondas, vagas.
Acordo inerte bebendo água e sal.
E retorno cedo para dizer algum conto.
Em terra firme outra vez.