O infinito da cíclica vida
As nuvens são esse tempo perdido
Mudam constantemente o destino
As nuvens são belas em suas formas
E eternas ao vento do esquecimeto
Mudam de estrutura com esse clima
E nuvens são como homens mutáveis
Mudam espontaneamente de direção
Conforme o seu mundano pensamento
Sem a água, só há derrame de lágrimas.
A molhar a terra aquecida pelo viril fogo
E os orvalhos das flores caindo no solo
Na luz a buscar, procurar e a encontrar.
Em caminhos do caminhante a caminhar
Onde o sol jamais habita e não aquece...
Apenas reflete a sua força maior e cruel
Dentro de si num infinito da cíclica vida
O Senhor Tempo veio buscar ou levar?
Ou deixar esperar eu caminhar sozinho
Com minhas frágeis mãos da frágil vida
Na virtude do desejo sublime de sempre
Do meu amor que aumentastes essa dor
O que fiz para viver assim? E de estar só.
Na percepção da visão espiritual eu a vi*
Tão linda a emitir sua fúria de fogo no ar
Ela é mulher sim, ela é trovão, ela é raio!
Eu sinto a sua presença em minha casa
Do meu amor que vive e está ausente...
Na avenida que percorre os transeuntes
Na falha memória do que eu não lembro
Navegando nesse mar de tais sensações
Sou um poeta no infinito tempo perdido
Em meus estreitos tão ocultos segredos
Findando numa tarde ensolarada de sol
Num canto dos pássaros ao entardecer.
No verso: Na percepção da visão espiritual eu a vi.
É uma alusão ao Orixá feminino Iansã.
Que faz parte do panteão Africano.
TEXTO DO LIVRO:
SOLIDÃO POÉTICA. 2 EDIÇÃO/ 2019.