O infinito da cíclica vida

As nuvens são esse tempo perdido

Mudam constantemente o destino

As nuvens são belas em suas formas

E eternas ao vento do esquecimeto

Mudam de estrutura com esse clima

E nuvens são como homens mutáveis

Mudam espontaneamente de direção

Conforme o seu mundano pensamento

Sem a água, só há derrame de lágrimas.

A molhar a terra aquecida pelo viril fogo

E os orvalhos das flores caindo no solo

Na luz a buscar, procurar e a encontrar.

Em caminhos do caminhante a caminhar

Onde o sol jamais habita e não aquece...

Apenas reflete a sua força maior e cruel

Dentro de si num infinito da cíclica vida

O Senhor Tempo veio buscar ou levar?

Ou deixar esperar eu caminhar sozinho

Com minhas frágeis mãos da frágil vida

Na virtude do desejo sublime de sempre

Do meu amor que aumentastes essa dor

O que fiz para viver assim? E de estar só.

Na percepção da visão espiritual eu a vi*

Tão linda a emitir sua fúria de fogo no ar

Ela é mulher sim, ela é trovão, ela é raio!

Eu sinto a sua presença em minha casa

Do meu amor que vive e está ausente...

Na avenida que percorre os transeuntes

Na falha memória do que eu não lembro

Navegando nesse mar de tais sensações

Sou um poeta no infinito tempo perdido

Em meus estreitos tão ocultos segredos

Findando numa tarde ensolarada de sol

Num canto dos pássaros ao entardecer.

No verso: Na percepção da visão espiritual eu a vi.

É uma alusão ao Orixá feminino Iansã.

Que faz parte do panteão Africano.

TEXTO DO LIVRO:

SOLIDÃO POÉTICA. 2 EDIÇÃO/ 2019.

Déboro Melo
Enviado por Déboro Melo em 10/04/2022
Reeditado em 10/04/2022
Código do texto: T7491950
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