Codinome Vento

Lá vem ele com seus calafrios.

De mansinho vai chegando.

Sorrateiro, invisível e gelado.

Mas seu rastro é quente, eu posso ver.

Ele tenta me enganar, espalhando suas pegadas.

Galhos e folhas balançam, não conseguem resistir.

De onde ele vem? Para onde vai?

Estou curioso. Quero tocá-lo. Quero abraçá-lo.

Mas o danado é esguio! Está fora do meu alcance.

Então resolvo não reparar mais nele.

É aí que me iludo. É assim que me engano.

E que doce engano.

Num cortejo, sinto minha pele acariciada.

Os pelos, como sensores, avisam:

"Seu olhos não veem o que eu sinto"!

E eu sinto! É frio, é cortante! Mas é aconchegante!

Eu também não consigo resistir.

Seu afagar, frio por fora, me esquenta a mente.

Respiro fundo e ele me esquenta o coração.

Quem é você que eu não vejo?

Eu estou atento!

Há boatos... Eles o chamam de vento!

Italo Jaster
Enviado por Italo Jaster em 06/04/2022
Reeditado em 06/04/2022
Código do texto: T7489326
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