Codinome Vento
Lá vem ele com seus calafrios.
De mansinho vai chegando.
Sorrateiro, invisível e gelado.
Mas seu rastro é quente, eu posso ver.
Ele tenta me enganar, espalhando suas pegadas.
Galhos e folhas balançam, não conseguem resistir.
De onde ele vem? Para onde vai?
Estou curioso. Quero tocá-lo. Quero abraçá-lo.
Mas o danado é esguio! Está fora do meu alcance.
Então resolvo não reparar mais nele.
É aí que me iludo. É assim que me engano.
E que doce engano.
Num cortejo, sinto minha pele acariciada.
Os pelos, como sensores, avisam:
"Seu olhos não veem o que eu sinto"!
E eu sinto! É frio, é cortante! Mas é aconchegante!
Eu também não consigo resistir.
Seu afagar, frio por fora, me esquenta a mente.
Respiro fundo e ele me esquenta o coração.
Quem é você que eu não vejo?
Eu estou atento!
Há boatos... Eles o chamam de vento!