A poesia das flores
Nas margens da maré do rio
Eu escuto os ecos da solidâo
Um refúgio, um tomento, um sol.
Um cansaço ao ermo da ventania
Nesse destino tão inconsequente
De um tempo de viver irreversível
Onde o sol nasce, onde o sol brilha.
Onde num amanhecer se eterniza
Nesse raio de luz que queima a tez
E todos os nossos sentidos e nervos
Onde eu busco encontrar e procurar
Nesse rio vejo o silêncio da essência
Muito além do sol, muito além do ar.
O silêncio sempre abate a alma aflita
E sangra o meu coração e fere a razão
Sem sentido procurando encontrar-me
Num verão escaldante na brisa do vento
E na lágrima que cai de meu semblante
Entre tantas estrelas brilhantes no céu
Num mistério do coração e do espírito
Uma voz em silêncio que grita no eco...
Numa fluidez dessa poesia das flores
Envenenadas por essa poluição do ar
No ermo do silêncio, no ermo da dor.
No ermo da solidão de meu coração.
TEXTO DO LIVRO:
SOLIDÃO POÉTICA. 2016.