A poesia das flores

Nas margens da maré do rio

Eu escuto os ecos da solidâo

Um refúgio, um tomento, um sol.

Um cansaço ao ermo da ventania

Nesse destino tão inconsequente

De um tempo de viver irreversível

Onde o sol nasce, onde o sol brilha.

Onde num amanhecer se eterniza

Nesse raio de luz que queima a tez

E todos os nossos sentidos e nervos

Onde eu busco encontrar e procurar

Nesse rio vejo o silêncio da essência

Muito além do sol, muito além do ar.

O silêncio sempre abate a alma aflita

E sangra o meu coração e fere a razão

Sem sentido procurando encontrar-me

Num verão escaldante na brisa do vento

E na lágrima que cai de meu semblante

Entre tantas estrelas brilhantes no céu

Num mistério do coração e do espírito

Uma voz em silêncio que grita no eco...

Numa fluidez dessa poesia das flores

Envenenadas por essa poluição do ar

No ermo do silêncio, no ermo da dor.

No ermo da solidão de meu coração.

TEXTO DO LIVRO:

SOLIDÃO POÉTICA. 2016.

Déboro Melo
Enviado por Déboro Melo em 14/03/2022
Reeditado em 17/05/2022
Código do texto: T7472223
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2022. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.