HOMEM
REEDIÇÃO
Vais matando o rio ferindo o mar
Jogando no leito a sujeira fedida,
Vais obrigando ao rio a carregar
Toda tua podridão sempre varrida...
Tuas doenças de um animal louco
Que vai matando pouco a pouco
Tudo aquilo sadio e que te da vida.
O rio rola manso sobre as terras
Para levar a pureza da fertilidade,
Vai contornando todas as serras
E passando por dentro da cidade...
Vai descendo veloz a corredeira
Despenca no salto da cachoeira,
No seu lindo voo para a liberdade.
Porque tu não permites ao rio viver
Sem tirar da margem o seu verde,
Para que assim não o vejas morrer
Ante o teu machado e a tua rede?
Matas o verde, macula as águas
E no fim as suas próprias mágoas,
Não conseguirão matar a tua sede.
O rio num estrondoso mergulho
Salta a cachoeiras a ribombar,
Grita chora e faz muito barulho
Que vai se espalhando pelo ar...
O grito é um pedido de socorro
Não me mates, eu mesmo morro,
Quando me atiro dentro do mar.
Tu ó “homem” herdastes a terra
Defenda-a, pois, da destruição,
Faça amor não faças a guerra
O Teu orgulho e a tua ambição,
Vão terminar com a tua morte...
Então porque não mudas a sorte
Dos humanos que um dia virão?
O mar com a onda que arrebenta
Da - nos de graça, um belo porvir,
Separa da água a parte areenta
E ela gasosa se evapora, para subir....
E volta cristalina, cheia de pureza
Um processo milagroso da natureza,
Que nós “homens”, queremos destruir.
Trovador