HOMEM

REEDIÇÃO

Vais matando o rio ferindo o mar

Jogando no leito a sujeira fedida,

Vais obrigando ao rio a carregar

Toda tua podridão sempre varrida...

Tuas doenças de um animal louco

Que vai matando pouco a pouco

Tudo aquilo sadio e que te da vida.

O rio rola manso sobre as terras

Para levar a pureza da fertilidade,

Vai contornando todas as serras

E passando por dentro da cidade...

Vai descendo veloz a corredeira

Despenca no salto da cachoeira,

No seu lindo voo para a liberdade.

Porque tu não permites ao rio viver

Sem tirar da margem o seu verde,

Para que assim não o vejas morrer

Ante o teu machado e a tua rede?

Matas o verde, macula as águas

E no fim as suas próprias mágoas,

Não conseguirão matar a tua sede.

O rio num estrondoso mergulho

Salta a cachoeiras a ribombar,

Grita chora e faz muito barulho

Que vai se espalhando pelo ar...

O grito é um pedido de socorro

Não me mates, eu mesmo morro,

Quando me atiro dentro do mar.

Tu ó “homem” herdastes a terra

Defenda-a, pois, da destruição,

Faça amor não faças a guerra

O Teu orgulho e a tua ambição,

Vão terminar com a tua morte...

Então porque não mudas a sorte

Dos humanos que um dia virão?

O mar com a onda que arrebenta

Da - nos de graça, um belo porvir,

Separa da água a parte areenta

E ela gasosa se evapora, para subir....

E volta cristalina, cheia de pureza

Um processo milagroso da natureza,

Que nós “homens”, queremos destruir.

Trovador

Trovador das Alterosas
Enviado por Trovador das Alterosas em 28/02/2022
Código do texto: T7462375
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