POEMA AZUL
Nesse mar azul de vagas mansas, silentes
sob um sol vivo, abrasivo o dia inteiro
navega o marujo com melancolia persistente,
ah, esse coração carente de amor verdadeiro.
No longe azul, já se fora o sol dolente,
vibram as orquídeas à espera da noite;
cores espalham-se nos ares, é o poente,
— sendo levado pelo vento em açoite.
Na imensidão do céu vibram as constelações,
bem no alto, uma lua vertendo clarões de prata
— nesse cenário não cessam as inspirações,
entremeadas pelo cântico dos pássaros da mata.
Na aurora azul cirandam as borboletas...
no meio de flores exalando exótico perfume,
a ave que repousa na pedra entre violetas,
tem a brancura da lua, e das estrelas o lume.