Insônia II

A algo especial no vento lá fora,

Ou talvez seja só suas curvas batendo na janela,

A folha que cai, e se esvai indo embora,

A forma, as cores, a aquarela...

O oceano e a praia,

Sempre me perguntei sobre os grãos de areia,

Tudo aqui nessa casa,

Me lembra as raízes que correm em minhas veias...

Eu sinto do fundo do meu coração,

Se pudesse, jamais voltaria,

Mas é algo mais profundo, fruto da minha imaginação,

Das vezes que eu não dormia...

As estrelas na noite,

As constelações lá fora,

Das vezes que eu pedi que fosse,

Como flores no jardim que flora...

Eu sentirei falta desse silêncio,

Ou melhor, das melhores sinfonias que eu ouvi,

Composta por animais e seus pequenos incêndios,

De tudo que eu já vi e não vi.

Mas a saudade se perpétua no peito,

E marca a mente com lembranças,

Sem ato, sem efeito,

No fundo e no fim, tudo se torna um fio de esperança.

—De todas as vezes me fugi para meu lugar.