Os sonhos perdidos na escuridão dos nossos destinos

Então lhe pergunto por que você negou aquele que tanto lhe amou, dedicando afeto e proteção aos que lhe recusaram.

Você não aceitou a complacência apolínia das grandes emoções, de quem teve por ti encantamento.

O preço que pagou recebeu um lugar escuro, não identificável, o mais simples de todos, inferior a vossa inefável doçura lhe desprezou revelando ao mundo o vosso tamanho.

Deveria ter pensado na vossa grandeza o bem que a sua pessoa recebeu, entretanto, foi esquecida como se não fosse ninguém.

Então lhe pergunto neste momento apodítico, onde está a vossa exuberância, uma vez que o vosso corpo mimetizou-se ao mundo desértico das emoções perdidas.

Foi transformada em partículas de átomos quânticos.

Ninguém pensa em ti, a não ser aquele que você recusou, o vosso instinto lhe destruiu, vieste de tão longe, passando por outros caminhos perfilando as vossas recordações.

Intuições perdidas dentro do coração.

A recusou a sua felicidade, onde está você, ninguém recorda do seu nome, a pequenez que foste, hoje a vossa insignificância.

Um dia voltei aquele lugar, procurei os sinais, encontrei tão somente a energia de hidrogênio brilhando no infinito.

Compreendi apenas a cor azul do universo cosmofísico, você estava naquela nuvem que o vento levou.

A verdade é o que futuro do meu DNA mitocondrial desconhecerá a vossa genética, motivo pelo qual será esquecida.

Esperei pela noite queria ver as estrelas dançando, dentro um Ford protegido do frio.

Quando era de madrugada solitariamente gritei, estou aqui, eu voltei onde está você.

Escutava apenas o silêncio do amanhecer, tudo que via era um carro preto no qual estava dentro.

Eu queria ver você, volte por favor, estive distante, todavia, não esqueci do vosso encanto.

Agora que voltei não encontro você, durante todos esses anos não sei se pensou em mim, entretanto, estava silenciosamente dentro da minha cognição.

O meu rosto não mudou, ainda tenho o mesmo sorriso, guardo na cérebro a ternura da vossa linguagem.

Sou o mesmíssimo, com múltiplas memórias, todavia sem cognição logocêntrica, você infelizmente exauriu ao sorriso do tempo passado.

Voltei exatamente aqui para contemplar o lugar no qual você existiu hoje o meu soluço soçobra de tanta saudade.

O instante equivocadamente passou.

Todavia, não sei onde você está, o medo traiu a vossa exuberância.

Entretanto, por que voltei pelo fato de sentir saudade das vossas recordações, tinha preso na alma as ilusões, amanhã quero ver o Ford preto subindo as montanhas.

Nunca mais estarei lá, sentirei dentro de mim a ausência do vosso afeto.

É deste modo, que passam os grandes sonhos.

Edjar Dias de Vasconcelos.

Edjar Dias de Vasconcelos
Enviado por Edjar Dias de Vasconcelos em 20/01/2022
Reeditado em 11/01/2023
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