“AQUELE RIO QUE SORRIA É O MESMO RIO QUE CHORA”.

Eu só queria,

Deslizar tranquilamente,

Com minhas águas correntes,

Ser motivos de alegria.

Revigorando,

Cada canto onde passava,

Onde todos festejavam,

Meu passar no dia a dia!

Eu não queria,

Transbordar sobre o meu leito,

Provocados pelos rejeitos,

Lançados a todos os dias.

Nem causar danos,

Como essas grandes enchentes,

Desabrigando tanta gente,

Em desalento e agonia!

Eu só queria,

Irrigar nossa mãe terra,

Embora vindo das serras,

De olhos d’água nascidos.

Trazendo vida,

Pelos meus mananciais,

Matando a sede voraz,

De tantos desconhecidos!

Eu não queria,

Trazer tantas calamidades,

Que são frutos na verdade,

Da insensatez humana.

Que assim devasta,

E consome as alegrias,

De tantas periferias,

Nessa morbidade insana!

Eu só queria,

Ver as matas verdejantes,

Borrifando intensamente,

Essa nossa atmosfera.

Cumprir o ciclo,

Que rege a mãe natureza,

E contemplar as belezas,

Dessa vida em cada era!

Eu sou de fato,

Aquele lindo rio que sorria,

Que trazia só alegrias,

Pra os que me viam realmente.

Porem agora,

Sou o mesmo rio que chora,

E que por tantos anos implora,

Deixem-me correr livremente!

Cosme B Araujo.

03/01/2022.

CBPOESIAS
Enviado por CBPOESIAS em 03/01/2022
Reeditado em 06/02/2022
Código do texto: T7420982
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