Beija-flor pequenino

Beija-flor pequenino

Vem fazer o seu ninho

Nesta árvore meio torta

Que plantei no meu jardim

Sem frutos ou rosas...

Quase partindo,

As folhas secas estão caindo.

Mas aqui não tem outono

Por caso você tem dono?

Ou é dono de si mesmo?

Se for assim, tem meu respeito

Vem aqui, colibri

Vem fazer o seu ninho

Nesta árvore solitária

Que almeja a sua chegada

Traz pra cá o seu pólen

E com ele todo o verde da vida que vem junto

Vem aqui, colibri

E preenche o vazio

Que eu não soube ignorar

Já se passaram tantas noites

Mas não canso de lembrar

Das lágrimas que me fiz derramar...

Beija-flor, meu amigo

Já te vi lá na esquina em frente a escola Almerinda

Beijando as flores mais lindas que ousassem passar sob tuas asas

As quais batiam tão rápidas que meus olhos não puderam acompanhar

E eu parei ali só pra admirar

Aquele blazer azul-marinho que lhe caía bem

Feito fralda e bumbum de neném

Eu te vi quando eu voltava do São Pedro, o supermercado

Era ali logo ao lado

Você deve conhecer

Espero que em breve possamos nos ver

Vem aqui, colibri

Não se esqueça de mim

Nem da árvore torta

E se puder, faça-me um favor

Nunca pare de voar

Como ousei fazer um dia...

Encante

Mas não a todos

Somente àqueles que souberem onde te encontrar.

Isis do Vale
Enviado por Isis do Vale em 29/12/2021
Código do texto: T7417920
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