Beija-flor pequenino
Beija-flor pequenino
Vem fazer o seu ninho
Nesta árvore meio torta
Que plantei no meu jardim
Sem frutos ou rosas...
Quase partindo,
As folhas secas estão caindo.
Mas aqui não tem outono
Por caso você tem dono?
Ou é dono de si mesmo?
Se for assim, tem meu respeito
Vem aqui, colibri
Vem fazer o seu ninho
Nesta árvore solitária
Que almeja a sua chegada
Traz pra cá o seu pólen
E com ele todo o verde da vida que vem junto
Vem aqui, colibri
E preenche o vazio
Que eu não soube ignorar
Já se passaram tantas noites
Mas não canso de lembrar
Das lágrimas que me fiz derramar...
Beija-flor, meu amigo
Já te vi lá na esquina em frente a escola Almerinda
Beijando as flores mais lindas que ousassem passar sob tuas asas
As quais batiam tão rápidas que meus olhos não puderam acompanhar
E eu parei ali só pra admirar
Aquele blazer azul-marinho que lhe caía bem
Feito fralda e bumbum de neném
Eu te vi quando eu voltava do São Pedro, o supermercado
Era ali logo ao lado
Você deve conhecer
Espero que em breve possamos nos ver
Vem aqui, colibri
Não se esqueça de mim
Nem da árvore torta
E se puder, faça-me um favor
Nunca pare de voar
Como ousei fazer um dia...
Encante
Mas não a todos
Somente àqueles que souberem onde te encontrar.